quarta-feira, 20 de junho de 2012

Mais Vida ao seu Texto


10 Elementos de uma Estória!
Um PLOT (gancho) forte ou conceito impactante, que remetam às temáticas mais importantes da vida, ou, assuntos e histórias polêmicas são fundamentais para nortear sua estória. Isso ajuda a tornar seu texto notório e chama a atenção do leitor. Você desenvolveu o Alto Conceito da sua estória? Ok, você não sabe o que é Alto Conceito. Imagine os livros de Dan Brown. Os PLOTS de suas obras são sempre acontecimentos grandiosos, que revelam segredos estarrecedores, em que seus protagonistas são arremessados em um turbilhão humanamente impossível de ser vencido. Que tal mais simples? A jornada de Frodo, em O Senhor dos Anéis, aventurando-se num mundo inóspito, lutando contra um grande senhor do mal, para salvar todo o seu mundo. Legal, não é? Descreva o grande desafio que seus personagens enfrentarão, um desafio que mexe com o imaginário humano. Então, você foi bem sucedido.
Seus personagens têm que ter fortes motivos, serem carismáticos e gerar empatia com o leitor. Eles têm que, sempre, ter algo importante e pessoal em jogo. Ao escolher o ponto de vista que a estória será contada, descartar o ponto de vista do próprio personagem ou não enfatizar a visão que o personagem tem da estória, pode colocar tudo a perder. Numa estória, as personagens femininas, principalmente se forem protagonistas, atraem muito mais os leitores, se seu propósito for maior do que arranjar um homem.  — Sem clichês, por favor! — Ela é bem sucedida naquilo em que escolheu, mesmo que não siga a maioria, mesmo que enfrente dificuldades. Viu? Está procurando um bom modelo de heroína? Acabou de encontrar! Os leitores só começam a se preocupar com o que acontece depois na estória, se primeiro, começam a se preocupar com os personagens. Procure conectar seus leitores com seus personagens, e depois seus leitores se interessarão por suas personalidades, motivações e interesses.
Os cenários têm que ser vivos em sua estória. Cenários sugestivos, vão muito além de uma cenografia barata de cenário, como uma praia pintada numa lona, que fica lá atrás do palco. Os seus cenários são tão importantes quanto os personagens, participando ativamente da sua estória. Os cenários contam a estória. Eles expressam, o clima, a trama e a temática da estória. Seus cenários são importantes, impressionantes e comunicam a estória. Devem ter mérito próprio? É claro! São personagens, têm que marcar, impactar e expressar. — Contar a estória. Quando o personagem entra no cenário, interagindo, um joga o holofote sobre o outro.
Grandes conflitos existem quando grandes objetivos estão em jogo. Esta é um dos pilares da sua estória? Não! Então ela é uma perda de tempo. Os leitores adoram quando os personagens almejam coisas difíceis e grandiosas, enfrentando, é claro, conflitos épicos. Precisam ser grandes, imensos e épicos? Sim e não. Desde que para o seu personagem, seja, então, ok. Que tal, toda a epopeia que é pegar ônibus? Tudo depende de sua habilidade para escrever a estória. Mas, é claro que é muito mais fácil, contar uma estória épica nos moldes tradicionais. Garn deve escolher entre seu amor da adolescência ou conquistar a Espada dos Deuses para arrancar o coração do Dragão Sombrio que incinerou seu reino. Como resolverá esses conflitos que colocam em jogo coisas tão preciosas? Por favor, não seja tão clichê quanto eu fui! Os conflitos podem ser internos também, mas, faça com que se manifestem externamente, ou torne isso explícito externamente. — As questões psicológicas, movem a estória, de maneira visível, se manifestando de alguma maneira. Quanto mais seus personagens estiverem envolvidos, buscando seus grandes objetivos e enfrentando grandes conflitos, mais convincente a estória será. Os desafios devem ser difíceis, mas, não impossíveis, pois, no fim seus personagens vencerão o grande conflito e conseguirão seus grandes objetivos.
Uma voz única é o que todo escritor procura. Qual a sua voz narrativa? A maneira que você escreve e conta a sua estória, o distinguirá. Seu estilo surgira quando confiar na sua estória e talento, e também claro quando você praticar o ofício e a nobre arte da escrita. Seu talento para escrever é único, assim como a sua voz narrativa é única. A voz de um autor representa seus valores e visão de mundo, que só determinado escritor como indivíduo possuí. Então, se expresse! Experimente dar 10 plots iguais para 10 escritores e você conseguirá 10 estórias diferentes. É assim? Claro. Cada escritor tem sua personalidade, história, motivações, interesses, valores, lutas e angústias, que no papel, farão a sua escrita ter uma voz única. Henry Miller em A Sabedoria do Coração, “No momento em que ouvi a minha própria voz, fiquei encantado: o fato de ser uma voz isolada, distinta, única, me deu alento. Não me importava se o que eu escrevia pudesse ser considerado ruim. Bom ou ruim, saíram do meu vocabulário. Pulei com os dois pés no reino da estética. Minha vida em si se tornou uma obra de arte.”.
Emoções devem ser críveis. O que seus personagens sentem, deve ser exatamente o que as outras pessoas sentem. Emoção é a essência de uma boa estória! O leitores, para se interessarem pela estória, precisam se envolver rapidamente com os personagens e seu mundo ficcional. Como isso é possível? Envolvendo-se com o mundo emocional dos personagens. Alegrias e tristezas. Momentos de coragem e medos, descabidos ou não. Traumas, conquistas, fracassos, amores. Do que têm compaixão? Odeiam alguém? Embora uma boa estória precise de grandes objetivos e conflitos, as grandes emoções e sentimentos de seus personagens devem ser tão grandes quanto a do próprio autor, seus amigos, pais, professores, amores,  amigos de trabalho, estudo... Enfim emoções e sentimentos como os de qualquer pessoa. — Como a maioria das pessoas se apaixonam apenas uma ou duas vezes na vida, esta é uma forma de reviver essa experiência emocionante e excitante. — Eu e você não somos muito diferentes dos homens que estavam em cavernas há 10.000 anos. Você quer envolver seus leitores com a vida dos seus personagens? Então eles devem ter emoções que nós temos, por mais inusitadas que sejam.
Agarre rapidamente o leitor! Porque? Hoje, as pessoas estão sobrecarregadas. Trabalho estudo e família. O escritor compete com inúmeras mídias e formas de entretenimento. Vídeos da net, noticiários, filmes baixados, redes sociais e zilhões de canais na TV por assinatura. Muita coisa competindo por atenção. Até que a pessoa sossegue e se lembre que o livro que você escreveu e ela comprou renderão bons momentos de diversão... Então, a dica, dica não, pilar fundamental, é: agarre o leitor, e, rápido! Tá bom, você que saber como, não é? Ação! Isso mesmo, a estória tem que se mover, sempre, e caminhar para a resolução. Cada cena, fragmento tem que levar para algum lugar, desenvolvendo a história. Os personagens são a ação, pois, você conta como eles agem para superar grandes conflitos e conseguir seus grandes objetivos. Deixe um pouco de lado os monólogos internos e conte tudo isso através de imagens vívidas, lembrando-se de usar os cinco sentidos para escrever a ação.
O texto vem em camadas. Aí, encontramos as temáticas. O autor aborda temas que vão além do texto evidente, tratando de assuntos enterrados além da primeira camada do texto, ou seja, da estória propriamente dita. Plots, Personagens e enredo, são bem mais interessantes quando há algum subtexto envolvido. Use o texto e provoque o leitor, mexendo com a inteligência dele para descobrir pistas sutis, de quais temas você aborda simbolicamente, sem que a estória seja óbvia ou simplória.
Toda boa estória está repleta de reviravoltas. As voltas que a vida dá. Quem não ouviu essa expressão clichê? Sempre quando alguém conta algo que lhe aconteceu, uma coisa incomum, sem se atém ou sempre nos interessamos pelo inusitado do ocorrido. Tem sempre, “Calma aí, você não sabe o que aconteceu.” ou “ Ih, escuta só...”, ou ainda, “Não. Calma. Vai vendo.” Sempre que escutamos alguém contando um episódio engraçado que vivenciou, nos espantamos ou rimos, pelos momentos inusitados. Principalmente, nos interessamos, quando essa estória inusitada, muda nossas ideias de como ela se desenrola e termina. A verdade é que adoramos reviravoltas. Toda boa estória está cheia de reviravoltas. Não escreva uma estória como se fossem acontecimento de um ponto A ao ponto B. A estória dos seus personagens não pode ser assim, por que a vida não é assim. Embora façamos planos, muitas coisas loucas acontecem e nunca saem como esperamos, principalmente no final. Adicione reviravoltas. Intrigas, surpresas, acasos, sorte, complôs, azar, traições, sentimentos exacerbados fora de hora, conspirações, bênçãos que parecem vindas do céu e personagens que acrescentam novos rumos ou que mudam sua maneira de agir, são exemplos de como as coisas mudam de uma hora para outra. Fazendo com que a vida e a sua estória deem reviravoltas.
Seja autêntico. Escreva a estória como ela é, sem excessos. Seja direto no texto, evite palavras de duplo sentido e redundâncias. Corte as partes do texto que são desnecessárias para a estória, colocando o leitor num labirinto verborrágico, que ao invés de prender o leitor, o lança para fora da estória, afastando-o até que deixe o livro de lado. Você não quer isso, não é mesmo?

sexta-feira, 8 de junho de 2012

COMO UMA ESTÓRIA ESPETACULAR É CONSTRUÍDA


RECEITA DE BOLO

A criação de qualquer romance que consiga comover os corações de milhões de leitores no mundo inteiro deve envolver um elemento de magia indescritível, semelhante de certa forma à alma humana. O milagre da engenharia divina ou evolucionária resultou num corpo humano com incontáveis órgãos, glândulas, ossos, veias e tecidos que podem ser radiografados, aparecer numa ultra-sonografia, serem examinados microscopicamente. A ciência pode determinar as qualidades que distinguem o que está doente do que é saudável, o fraco do forte. Com a ficção, também é possível remover a superfície das palavras individuais e mostrar como um romance espetacular é construído, igual a um relógio, com uma porção de peças interligadas, todas as quais são necessárias para moverem umas às outras. Nos romances mais amados, essas partes são projetadas de uma maneira que por um lado é singular, mas por outro parece seguir determinadas regras.



ALTAS APOSTAS

Está em jogo algo da maior importância — para um personagem, uma família, às vezes uma nação inteira. A vida de pelo menos um personagem destacado corre perigo. O indivíduo em perigo costuma representar não apenas ele próprio, mas uma comunidade, uma cidade, todo um país.

Em muitos grandes romances de mulheres, no entanto, o que está em jogo não é vida ou morte, mas a realização pessoal, como acontece com Scarlett em E o Vento Levou. Essa perspectiva — a consumação ou não de um relacionamento amoroso — possa parecer por si mesma trivial, da vida cotidiana, os desejos, anseios e paixões dessas heroínas recebem de suas criadoras uma intensidade tão vigorosa e inexorável que o que está em jogo para elas parece ao leitor tão poderoso quanto um homicídio ou uma catástrofe nacional.

Ex.:

1-Feliks, O Homem de São Petersburgo, como caçador, se tiver êxito, não apenas mata um homem, mas com isso também impede que a Rússia se alie à Inglaterra contra a Alemanha; salvará assim milhões de seus jovens compatriotas de serem mortos numa guerra insana. Para Lorde Walden e os agentes britânicos que perseguem Feliks, as apostas são altas. Se conseguirem proteger o príncipe russo, não salvam uma vida humana, preservam uma aliança com o Czar, ao mesmo tempo,  salvam sua amada Inglaterra de ser dominada pelo Kaiser.



PERSONAGENS MEMORÁVEIS

Personagens memoráveis. Os personagens na ficção, como na vida, são definidos pelo que fazem, e nos grandes romances os personagens principais fazem coisas extraordinárias.

Ex.:

1-Don Corleone em O Poderoso Chefão deseja um papel num grande filme de Hollywood para seu afilhado. O diretor do estúdio, indignado por ser sutilmente ameaçado, rejeita o pedido. O Don, para demonstrar seu poder e determinação, providencia para que o grande troféu do executivo, um cavalo de corrida vitorioso, seja morto, e sua cabeça cortada posta na cama do homem. Virtual poder absoluto sobre seus parentes, servidores e extensas áreas de empreendimentos ilícitos.

2-E o Vento Levou, Scarlett é apresentada como uma adolescente, volúvel, irreverente, egoísta e mimada. Quando a maré da guerra vira contra a Confederação, e Atlanta, um inferno, está sendo invadida, Scarlett encontra a mãe morta, pai senil, irmãs acamadas, plantação devastada, não há dinheiro, nem comida. Ela, que nunca trabalhara, reúne energia e coragem para arar os campos e obrigar os criados rebelados e as irmãs a ajudarem. Quando um ianque ameaçador invade a casa,tem a presença de espírito de pegar uma pistola, e depois encontra coragem para atirar no ladrão. O meio que lhe ocorre para não perder sua amada plantação, pelo não pagamento de impostos, é persuadir Rhett Butler a casar com ela. Mas não se apresenta como uma suplicante. Ela corta as cortinas de veludo de sua mãe para fazer um vestido, a fim de poder se apresentar a ele como uma rainha concedendo favores.



A QUESTÃO DRAMÁTICA

O personagem conseguirá fazer o que precisa? Conquistará o que necessita? Se tornará e terá seu anseios pessoais realizados? O que ele precisa acontecerá. Como seu aliados colaborarão e seus inimigos o atrapalharão?

A Questão Dramática do início ao fim gira em torno disso. A expectativa crescente, de que o protagonista consiga o que quer, passando por obstáculos e mais obstáculos, até o clímax — o obstáculo derradeiro, o tudo ou nada!

O Protagonista conseguirá ou o Antagonista o impedirá? Sobre os personagens que se opõe, quem vencerá?

À primeira vista podem parecer complicadas. Em E o Vento Levou, por exemplo, seria longa e complexa. Uma análise cuidadosa, revelaria que a Espinha Dorsal — o conflito central persistente, em torno do qual os personagens principais interagem, a questão fundamental que impulsiona e integra suas incontáveis cenas — não poderia ser mais básica e definida. Essa fundação é o fator de suspense, que eu chamo de Questão Dramática.

Ex.:

1-E o Vento Levou há três questões dramáticas: Scarlett conseguirá fazer com que Ashley retribua seu amor? E mais adiante, depois que se torna evidente que Ashley não é o homem certo para ela: Scarlett reconhecerá que na verdade é Rhett quem ela ama? E Rhett algum dia conseguirá conquistar o amor dela?

2-Em O Buraco da Agulha, é o seguinte: Needle conseguirá escapar para a Alemanha com os planos aliados para a invasão no Dia-D, ou os agentes britânicos conseguirão pegá-lo antes?

3-O Dia do Chacal, gira em torno de uma tentativa de assassinar Charles de Gaulle. Aqui, a questão dramática é bem simples: O Chacal conseguirá liquidar o presidente francês, ou o inspetor de polícia, em seu encalço, poderá descobri-lo primeiro, e evitar que isso aconteça?

Não apenas os grandes livros, mas também os romances de gênero e as obras românticas, também são estruturados sobre uma questão dramática expressa: O detetive vai encontrar o assassino? A heroína vai se unir ao homem de seus sonhos? Esses livros carecem de outras características do grande romance.



ALTO CONCEITO

Alto conceito é questão dramática forte, que possibilita produzir um grande livro. Em essência uma premissa radical ou mesmo um tanto extravagante.

O ponto a ressaltar aqui é que os grandes livros precisam ser construídos sobre situações bastante dramáticas, tramas que incluem ações bizarras e surpreendentes, e que levam a uma vigorosa confrontação depois de outra.

Ex.:

1-Stephen King é o que autor concebe tramas mais extravagantes. Sua habilidade, por um lado, em recria os diálogos e detalhes da vida cotidiana, e por outro, orquestrar sua história com um nível tão grande de emoção que, apesar dos elementos de fantasia, suspendemos na maior felicidade nossa incredulidade.

2-Pode um jovem advogado escapar de uma firma de advocacia que parece respeitável, mas secretamente lava dinheiro para a Máfia, cujos assassinos liquidam qualquer advogado que sequer fale em tentar se afastar? Temos aí a questão dramática e o alto conceito de A Firma, de John Grisham.



MÚLTIPLOS PONTOS DE VISTA

Envolve emocionalmente o leitor com mais de um personagem. Não é primariamente narrada por um autor onisciente ou por um único personagem no romance, na primeira pessoa, mas, se expressa pelos sentimentos, pensamentos e sensibilidades do núcleo principal personagens. Não é a voz do autor que descreve, em vez disso, somos levados a perceber e experimentar o mundo singular criado através dos próprios sentidos dos personagens. Só seus sentimentos e emoções proporcionam a luz, às vezes distorcida, mas em geral intensa, pelo qual o vemos e aos outros personagens com que se relaciona.

Ex.:

1-Em O Homem de São Petersburgo, Cada capítulo, em sua totalidade ou em parte, é escrito exclusivamente do ponto de vista de um dos quatro personagens principais. A ação de Follett permanece eletrizante, aquele que tem o maior envolvimento emocional, que tem mais em jogo no que está acontecendo. Quando Feliks é perseguido por Londres, com um medo desesperado de ser alcançado, experimentamos a fuga frenética através de sua sensibilidade.

O desenvolvimento da história através dos sentimentos profundos, esperanças e anseios de cada uma dos personagens, com antecedentes e personalidades muito diferentes, proporciona complexidade e riqueza psicológica, um mini-espectro de cores ausente quando, relatada de um único ponto de vista. Como escrever quatro estórias separadas, que a todo instante colidiam em cruzamentos dramáticos essenciais.



CENÁRIO

Os leitores gostam de escapar para as mentes, corações e vicissitudes de personagens fictícios, mas também gostam de ser atraídos para ambientes novos e desconhecidos, até exóticos.

Passamos por lugares de uma forma quase regular, pouco ou nada sabemos sobre bastidores, problemas cotidianos, complexidades técnicas. Acrescentada a uma boa história, essa massa de informações torna-se uma experiência de aprendizado e os leitores são pessoas que gostam de aprender.

Ex.:

1-Em, A Caçada ao Outubro Vermelho, de Tom Clancy, provavelmente contém tantas informações técnicas sobre submarinos e guerra submarina quanto se poderia encontrar num manual da Academia Naval.



ADVERTÊNCIA

Ficção é uma arte, e, não matemática. É possível expor e analisar de uma forma meticulosa os elementos, técnicas e estruturas com que a maioria dos best-sellers foi desenvolvida. Na arte, não há regras precisas. Se um autor é brilhante para fazer com que seu livro dê certo, ignorando o que é aceito como elementos fundamentais do Best-seler, então, tudo bem.

Sugiro vários pontos de vista de personagens para um grande romance, em geral pelo menos três. Dois dos romances mais maravilhosos e bem-sucedidos, Acima de Qualquer Suspeita e O Ônus da Prova, de Scott Turow, foram escritos exclusivamente do ponto de vista de um único personagem.

Para o romance ser grande, o leitor deve ter empatia (ou melhor, gostar intensamente) com um dos personagens principais, até mesmo dois ou três. Em A Fogueira das Vaidades, de Tom Wolfe, linha a linha, seu texto transborda de espírito, insinuações, uma linguagem fresca e brilhante, com uma trama intrincada; o pano de fundo da história, em detalhes reveladores, resumia os excessos da década de 1980. Sua sátira funcionou, e, a regra não.

O que está em jogo na minha história é monumental, pelo menos para meus personagens principais? Estou criando um personagem (ou talvez dois) que seja extraordinário de alguma forma, até memorável? O rumo de meu romance pode ser resumido numa questão dramática simples, mas forte? Minha trama se desenvolve em torno de um conflito de alto conceito, como os que se encontra em quase todos os livros de Sidney Sheldon ou Michael Crichton? Estou desenvolvendo pelo menos um personagem (e de preferência mais de um) com o qual o leitor se tornará emocionalmente envolvido? Estou situando meus personagens num ambiente que é de algum modo insólito ou excitante, um ambiente que fará o leitor sentir que está ingressando num cenário único?